quinta-feira, 6 de março de 2008

Um post ao bairro

A sensação já começava na descida da Boa Viagem, eu via o MAC, ou o Disco Voador, como chamava quando era criança. Meu bairro favorito era São Francisco, mas eu sabia que ia acabar morando em Icaraí.
Se a praia fosse limpa eu não iria fazer mais nada da minha vida. Imagina só, uma praia limpa tão perto de casa? Só nos meus sonhos mesmo, o lugar mais perto que chego dela hoje é o ponto de ônibus, do outro lado da rua. Quase nada é perfeito.
Mais triste do que isso é ser um jornalista conhecido, ter um nome sonoro que de tão sonoro vira nome de rua: Avenida Jornalista Alberto Francisco Torres e de nada adiantar ter fundado o Jornal O Povo. A avenida do Alberto é conhecida apenas como "Rua da Praia". Eu disse apenas? Quem me dera se toda rua fosse assim...
Mas se o meu foco neste post é a praia, há algo de errado com o meu perfil. Ando meio gordinha, não faço caminhadas no calçadão ou na areia, trabalho um pouco e confesso que vivo com preguiça. Se tenho parecido um tanto noturna e faminta é porque a Gruta é do lado da minha casa, o Ponto Jovem é em frente, o Ícaro é na esquina e o Nakami é logo ali, pelo menos uma comida japa para salvar o cardápio. Duas amigas que eu tenho na minha rua são cúmplices, fora as outras duas da faculdade com quem jantei hoje. Até meus amigos cariocas saem lá de Jacarapaguá para vir jantar comigo de vez em quando. Ando muito mal acostumada, esse bairro faz isso com as pessoas.
Só que aqui dá medo às vezes. Li isso uma vez em um livro sobre a África: As cidades dos trópicos têm tudo que aproxima e afasta, tudo que causa admiração e nojo. Como em qualuqer outro bairro metropolitano, há assaltos a bancos, roubos, pânico de sair na rua tarde da noite. Podem levar seu carro enquanto espera a namorada descer do prédio. Por falar em prédio, Quando você acha que já tem muitos, é porque ainda não viu os que estão construindo. Parece que um dia todos vão te engolir e você não vai conseguir olhar mais para o céu.
Apesar dos problemas, quando se nasce para ser urbano, nada tira isso de você. Nem a tranquilidade do interior ou do exterior. Se você é como eu, a cidade acompanha seu ritmo, ela não pára.
Por isso eu digo que não há região oceânica que me atraia. Eu nasci em Bom Jesus, mas sou de Niterói e amo Icaraí. Como compormisso à minha vizinhança, devo fazer algo para melhorá-la, a começar por essa homenagem.

Um comentário:

  1. Lindo post, Polly!

    Quanto às gordurinhas a mais, lembra quando combinamos de malhar juntas? Ta de pé ou não ta!?!?
    Beijinhos!!!

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