domingo, 24 de fevereiro de 2008

Os buracos da cidade

Se o seu namorado toca em uma banda de rock underground você provavelmente já deve ter estado em algum deles. São esses lugares onde você se lembra que o "rock ' n ' roll will never die", só porque está escrito na camisa de algumas pessoas.
O termo "buraco" não pretende soar aqui como pejorativo, afinal, ele apenas faz jus ao que se chama de "underground". Esses lugares precisam ser assim, ou se não, perderiam todo o charme.
A diferença é que eu não vou aos "buracos" porque curto a música, e sim, porque curto o meu namoarado. Já vale o sacrifício. Gosto também da banda dele, mas nem um pouco das outras bandas convidadas. Mas, para sanar qualquer tipo de dúvida: Gosto muito, muito mais dele!
"Os buracos" são lugares onde também estão pessoas que não gostam de ser como são, por isso, pintam tanto o cabelo, o cortam com mau gosto e se vestem com roupas onde há muita coisa escrita. Eles acreditam que o rock não está morto, ao contrário de mim.
Se o que eles ouvem é considerado rock, então o que eu conheço está realmente no caixão, já frio. Até meu namorado concorda, em parte.
De repente, tudo virou uma questão de imagem. Fica uma sensação de que tudo é muito forçado. E pior, como pode alguém ser rebelde se os pais estão na platéia tirando fotos, enquanto você toca?
Acredito que os pais de Bob Dylan, do Iron Maiden ou do Mettalica não faziam o mesmo. Rock tem a ver com uma rebeldia genuína, contra um sistema que exclui os diferentes, contra as instituições. E definitivamente, se o refrão da sua música for "Apaixonadoooooo... por algúem que só causa dorrrrrr", aos gritos, então, ao contrário do que dizem, o rock está enterrado e chorando sobre o que fizeram com o resto dele.
Pensei muito também sobre tudo o que você precisa fazer e apoiar quando está namorando. Todos os integrantes da banda do meu namorado me disseram que sempre perguntam por mim no show e ele dz que eu não vou porque não gosto. Ele me ganha por ser sincero. Ontem, a verdade não me deixou desconfortável e evitou que eu inventasse desculpas.
Por outro lado, descobri que devo ir a mais shows. Além de ficar perto dele, as meninas do fâ-clube também precisam saber que o baixista tem namorada.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Não tão "buenos aires" mas muy buena viagem

Agora que voltei da minha primeira viagem de avião e da minha primeira viagem para além da região sudeste e do Brasil, percebo que eu... preciso viajar de novo!!!!
Sim, fui picada, contaminada por uma vontade insana de pegar um avião atrás do outro, mudando apenas meus gastos no free shop para poder financiar mais outras viagens.
Para treinar, como diz meu pai, conheci Buenos Aires. Definitivamente, não mais a capital do tango e sim, de vinhos e jantares muito gostosos e engordativos. Descobri que não gosto de tango e que, principalmente, não gostei do lugar onde fomos assití-lo, mas não vou perder tempo contando essa história...
Os "aires" da cidade é que não são tão "buenos" assim, propaganda enganosa esse nome da capital. Cheiram a insenso e madeira velha. Só fez aumentar a minha percepção de que a Argentina é mesmo um país decadente que não perde o charme. Jamais perderá.
Decadente ou não e apesar de algumas patadas argentinas, me diverti muito por lá. Estava com amigas e, como elas são loucas, tive do que rir o tempo todo, já que (veja só que surpresa!) eu também não bato muito bem.
Minha estadia no país governado por um casal brega, assim como na fase "Garotinho" do Estado do Rio, me fez pensar sobre o que nós, turistas, somos capazes por uma boa foto no orkut. Sobre como também acirramos rivalidades ao justificar a falta de educação de uma pessoa só porque trata-se de um argentino, ou quando dizemos que foi o Brasil que venceu a Copa América. E, principalmente, sobre como achamos as coisas dos outros mais bonitas do que as nossas. Mas no final de tudo, sobre como queremos voltar para casa.
Foi a melhor viagem que eu já fiz e eu torço para que isso mude rápido. Cheguei nesta semana e já fui procurar outro pacote, para algum lugar da América ou da África. Não é que eu desdenhe a Europa (jamais!), mas prefiro visitar lugares onde eu me identifique com o povo para depois saber como é ser tão diferente. Quero ainda enrolar muito espanhol e testar o inglês que aprendi no Number One, todos com o toque inigualável do Novo Continente.
Será que um dia eu ainda me mudo para um outro país e então esse blog vira "ana's cities", "las ciudades de ana" ou até mesmo "les villes de ana"? Não importa o idioma, afinal, como o próprio título do blog diz, as cidades são todas minhas.