quinta-feira, 23 de julho de 2009

Envelheço na cidade.


Home alone total, há quase duas semanas. E se tem uma coisa que acontece quando a gente mora sozinho é a vontade repentina de fazer uma refeição completa: nada de lanchinhos, nada de risotos experimentais na cozinha. Hoje, resolvi jantar fora.
Primeiro, fui à Gruta di Capri, mas eles não têm cardápio para uma pessoa. Solteiros do mundo, uni-vos! Aparentemente, é muito difícil fazer uma refeição sem companhia em um restaurante. As pessoas te perguntam se você está esperando mais alguém. Como diria minha madrinha Carrie Bradshaw, nas festas é ainda pior. Quem vai sozinho, fica na mesa das crianças.
Resolvi, então, ir atéb o Ícaro, a carta na manga. Lá existe uma vantagem: se você chega ao restaurante sozinho (e com fome) é bem melhor, há sempre mesas disponíveis para uma pessoa e uma fila de espera gigante para o resto.
Tudo isso escrito acima para explicar a razão do título e do texto. Enquanto estava me deliciando com meu pratinho, parei para ouvir a música que estava tocando: Envelheço na cidade, do Ira!, claro. Mais uma pausa.
Depois de quatro anos e meio, uma monografia, um diploma desnecessário, todos os meus estágios e muitos, muitos amigos eu não poderia mesmo ser outra pessoa que não uma garota de vinte e poucos anos enevelhecendo na cidade, insegura e triste, mas com uma fé muito insistente de que tudo vai ficar bem, não só no final, mas logo nos próximos capítulos.
Porque envelhecer tem lá o seu charme e os seus paradoxos. O mesmo ar que a gente respira acaba oxidando nossas células, só que a gente nem repara que elas continuam se renovando até ficarmos velhinhos mesmo e precisarmos de um descanso da velhice e da cidade.
Envelheci muito hoje e achei ótimo. Mas vai ser mais legal ainda envelhecer dois meses em Nova York.