terça-feira, 3 de junho de 2008

Generación Y e o que eu tenho a ver com isso

Sabe aqueles pecados inconfessáveis que todo mundo têm? Pois eu confesso agora que amo revistas femininas que falam sobre mulheres inteligentes e burras, mas sempre independentes, homens, sexo, entrevistas desnecessárias e moda.
Tanto confesso que hoje exibi minha Marie Claire pelo ônibus sem medo algum. Acabo de perceber que não se trata de pecado. O que acontece apenas é que as pessoas estão tão acostumadas a reprimir as outras que se esquecem de ponderar por que estão fazendo isso.
Como aluna da ECO, eu deveria estar lendo Caros Amigos, mas para que? Lá na faculdade já aprendo todo o conteúdo da revista, durante as aulas e nas aparições do CA.
O fato é que,lendo Marie Claire, me deparei com uma matéria fantástica feita por uma jornalista em Cuba. Ela esteve lá, fez fotos, conversou com as pessoas e perguntou: "Afinal, por que tem gente que prefere voltar a Cuba, podendo viver tranquilamente em outro país?
A resposta mais convincente veio de uma blogueira, Yoani Sanchéz, que está na lista da Times como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. O blog dela se chama "Generacíon Y" e tem milhões de visitas mensais.
Ela é formada em filosofia, já morou na Europa mas voltou para Havana, por amor e por medo de perder a nacionalidade.
Desde então, ela escreve e assina seus textos sobre a vida na Ilha e a frustração de sobreviver sem muitas escolhas. Por falar nelas, a do nome do blog foi a mais interessante. Ele se chama assim em homenagem a todas as pessoas que nasceram nas décadas de 70 e 80 e foram batizadas com nomes que começam ou contém Y, traço deixado pela cultura soviética. Nomes com Y são comuns na Rússia.
Por acaso, me chamo PollYana. Mesmo sabendo que o meu Y vem de outro rival da Guerra Fria (EUA), uma identificação forte foi inevitável. Gosto de quem fala sobre cidades e Havana é mais do que isso.
Para conseguir escrever e postar, Yoani precisava se passar por estrangeira para frequentar lan houses. A Internet é proibida aos cubanos. Não sei se ela continua fazendo isso, mas, com certeza, publicar qualquer coisa em Cuba não é como o que eu faço aqui, no conforto da minha mesa de trabalho...
Pronto: Ganhei outra motivação para continuar escrevendo, não porque é fácil, e sim, porque é preciso.
É claro que eu vou deixar o endereço: www.desdecuba.com/generaciony .