segunda-feira, 19 de maio de 2008

Tirando a teia - Mas só escrevo quando é importante!

Percebi que havia algo de errado com o meu dia quando resolvi clicar nas fotos de Lily Allen zuando tudo (e tirando até o que não devia), enquanto rola o Festival de Cannes.
Sei que não posto faz muito tempo e que o motivo acima pode não representar (apenas para você) um bom motivo para eu retomar os trabalhos. Porém, caro (a) leitor(a) (provavelmente minha mãe), nada como um fato como esse para provocar uma epifania gigante, que me faz reavaliar boa parte da minha existência.
Afinal, que raios tenho feito por aqui, nesta cidade? "Amigos", responde minha voz interior. E eu digo novamente: "Mas só?", e ela diz: "Como ousa?"
Amigos, eu sei que é muito bom tê-los conhecido, mas onde está meu grande plano? Minha vontade incontida de apresentar um programa sobre cinema na GNT ou de ser embaixadora do Brasil na África do Sul? É tão absurdo assim como quando alguém diz que quer ser astronauta ou modelo da Victoria's Secrets? (outro grande plano, se eu fosse bonita).
Eu já saquei qual é a minha. Vim para o Rio em busca de frio na barriga, coisa que eu só tinha em Bom Jesus quando estava apaixonada. O frio na barriga que eu queria e que continuo querendo muito é outro. É esse que você sente quando está prestes a realizar um sonho.
Algumas vezes, essa sensação já me avisou que coisa boa estava por vir... e veio mesmo. Outras não. Acabei de passar por uma fase em que tudo que eu queria muito não aconteceu. Agora, com ou sem razão, estou desmotivada. Com medo de sonhar muito e, depois de tudo, só ter uma tarde de tédio e uma internet de merda para contar a história.
Tenho me questionado sobre minha verdadeira vocação e o que fazer dela. Sem procurar, encontrei um sinal, não uma solução, apenas o consolo de saber que tem alguém pensando a mesma coisa.
"Invejo quem não duvida de sua vocação. Quero ainda essa certeza visceral de que não poderia fazer outra coisa na vida, senão escrever. Acredito que, em algum momento, essa questão se coloca: e você, já descobriu a que veio?"
O trecho é do blog Miojo, de uma jornalista de 38 anos, chamada Rosane Queiróz, que também já morou sozinha.
Meu grande medo na vida é me dar conta, um dia, de que nada ou muito pouco valeu a pena e que eu só conquistei experiência. Gente, experiência é alguma coisa, mas vontade de continuar é tudo.
Que eu perca o "arrebite" do meu nariz (só o arrebite - meu traço favorito no rosto) mas que eu não perca a minha vontade de ser a próxima Madonna, se assim eu quiser ser. Pronto: a luta está travada. Eu contra eu mesma. E Lily Allen nunca mais!